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Muito próximos um do outro, quase abraçados. Ela de cabeça ligeiramente vergada pelo peso da saudade que irá sentir, as lágrimas ainda no brilho, lagos no peito, voz mordida. Ele à sombra da aba do chapéu de caxemira fala-lhe no que tiveram, o que sempre hão-de ter. Por cem anos que passem nunca lhes hão-de roubar o beijo. Foi em Paris? Que interessa... Foi o beijo deles, a singular entrega que a boca passa à outra nos segredos profundos de quem se quer. Despedem-se. Os lábios só servem hoje para dizer adeus. As palavras beijam-se.

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