tag:blogger.com,1999:blog-31022302679391575312024-03-08T10:41:32.516+00:00Os BeijosArabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-91999580749868723992009-07-24T00:00:00.002+01:002009-07-26T00:23:27.690+01:00<div align="justify">O tempo levou tudo: A juventude, a ligeireza, o riso fácil, o homem. O tempo deixou-lhe no regaço as memórias para se entreter nos dias frios ou para espairecer o abafado nos Estios por chegar. Lembrava-se quase sempre das mesmas memórias, não sabía bem porquê, tão pouco podía dizer serem as suas favoritas já que não se lembrava das outras. Porém naquele dia, o tempo trouxe-lhe de volta o cheiro do primeiro beijo do seu homem. Sentiu-lhe nitido no olfacto a saliva macia e brilhante, o lábio inferior carnudo, depois o de cima firme. Levou a mão à boca e feliz recebeu de novo o calor do beijo há tanto partido.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-88703978889672157262009-07-20T00:00:00.002+01:002009-07-26T00:17:19.473+01:00<div align="justify">Os que melhor lhe sabíam eram os roubados, escondidos, os de socapa e de surpresa, os que provocavam o riso nele, quase eléctrico do nervoso do que não sabía ir receber. Oferecía-lhe os seus beijos preciosos porque eram os de apetite, não os que devolvía no reconhecimento de ter sido beijada e agradada retribuía, os seus melhores eram sempre aqueles que lhe subíam pela garganta e quase transbordavam nos olhos, tal era a força. Explodía-lhe os beijos nos lábios e ela feliz só quería entregá-los na boca dele.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-68942848785329932702009-07-16T00:00:00.002+01:002009-07-16T06:57:54.631+01:00<div align="justify">Quando eu era menina recebía beijos que chamavam beijinhos. Mas foram sempre esses pequeninos os maiores que recebi pela vida fora. Eram dois beijinhos nas bochechas, um beijinho à esquimó esfregado na ponta do nariz, um beijinho na testa em guarda e respeito. Agora crescida, já me deram beijos e de palavra grande tiraram da boca tudo o que pequenino se possa sentir.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-90040946168322197272009-07-12T00:00:00.002+01:002009-07-14T07:05:49.451+01:00<div align="justify">Deixou descaír a cabeça sobre o ombro levemente. Fazía-lhe falta um ombro que não fosse o dela mesma. O momento exigía-o: no ecrã o herói segurava com força e ao mesmo tempo com carinho na rapariga de rosto molhado de lágrimas. Trocaram palavras juradas em amores eternos. As bocas muito próximas. E ela a assistir ao beijo, sem ninguém para beijar naquele escuro do cinema.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-59327808015577049852009-07-08T00:00:00.002+01:002009-07-09T04:24:18.576+01:00<div align="justify">Fez da boca as mãos. Tocaram no corpo todo, um rasto de saliva desenhando caminhos até ao abismo, a vontade do suicidio, premente, urgente caír e despedaçar-se nos lábios que eram também olhos, olhares cerrados, cantigas de cor nos gemidos baixos ou nos sussurros incompreensíveis do desejar. A boca é um sexo. Sem pudor porque se descobre natural quando alimenta outras bocas, outros beijos que explodem no clímax da troca.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-61938759211411979262009-07-04T00:00:00.002+01:002009-07-05T06:45:22.625+01:00<div align="justify">Sabía da mentira, do engano, do fingimento tão sentido quanto um bom actor na tela que faz de conta que ama a heroína e afinal é só técnica. Sabía de tudo e aprendera a desilusão, talvez o ódio de se manter o logro achando que do outro lado não transpira o que não se sente. Deixou, como sempre, que ele a beijasse. Deixou que ele chegasse próximo da sua boca e ao invés de lhe declarar a mentira devolveu-lhe no beijo uma mordida de raiva.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-30929665333273433902009-06-30T00:00:00.000+01:002009-06-30T07:11:24.192+01:00<div align="justify">Sonhava que o beijava. Ou que deixava que ele a beijasse. Misturava-se tudo num sonho acordado ou então, mesmo antes de adormecer, já de olhos fechados e a inventar diálogos entre ele e ela, depois apenas um murmurio, o rosto alçado pronto para receber nos lábios os lábios dele. Ele havía de a beijar docemente, devagar, primeiro a olhá-la nos olhos, depois os dois de olhos fechados e ainda assim ela vê-lo-ía a beijá-la. E sería bom. E querería mais. E ele não passaría sem os beijos que se oferecíam naquela imaginação e que só existem quando ainda não foram dados.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-68551510347849165362009-06-26T00:00:00.002+01:002009-06-28T06:31:47.199+01:00<div align="justify">Quente. Húmido. Macio. É disso que se recorda, do resto à volta não tem lembrança, onde foi e como começou também não. Só quente, muito quente até, como se escaldasse na barriga. Ficou sempre com essa sensação. E também de se encontrar sózinha sem mais ninguém, mas não era naquele sitio era no mundo, no universo, todas as estrelas e galáxias tudo desaparecido, como se estivesse debaixo de um lençol branco muito macio, os pés um palmo acima da terra e descalça. Descalça. Quente. Orvalhada pelo beijo.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-36455942680129809102009-06-22T00:00:00.001+01:002009-06-24T15:47:30.780+01:00<div align="justify">Já te contei alguma vez a história do beijo? Não. Então chega ao pé de mim, aproxima os teus lábios para que os meus lhe segredem esta história de encantar.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-23832585918191058642009-06-18T00:00:00.001+01:002009-06-20T22:26:17.252+01:00<div align="justify">Estranho íman o que atrai a boca para outra, apenas pelo sentido de boca, lábios, lingua, sem necessidade de outro sentido que não o do prazer primeiro de beijar, sentir todo o corpo numa boca, bizarro desejo que consola quando as bocas se juntam e tomam o paladar excitado das pimentas no húmido consolo do beijo. O beijo pelo beijo. O orgasmo do beijo.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-85288657407461933002009-06-14T00:00:00.002+01:002009-06-15T05:11:34.211+01:00<div align="justify">Anda dá-me um beijo, e ela fugia no riso mais do que na vontade de dizer não. Era tudo um jogo, um jogo encantado em que a qualquer momento ele a agarrava e a prendía e ela fingindo que não quería deixava tomar-se nos braços, de olhos fechados e boca inquieta na ansiedade do gosto sentido, repetido, dá-me um beijo.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-84061636217257062832009-06-10T00:00:00.002+01:002009-06-11T14:52:39.155+01:00<div align="justify">Depois de tudo trocado, entregue, lembrado os instantes como distâncias longínquas, o corpo agora afastado pelo fosso do ponto final, o que parecera grandioso ficava pequeno nos objectos que havíam perdido o valor, todo um brilho que enganara os tolos sobre um ouro fingido. Nada é para sempre, pensaram. Mas não o disseram, retiveram essa mágoa para si como um respeito que sela a caixa que se entrega nas mãos do outro. Foi por isso que nem um beijo mais ofereceram na despedida.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-89803564409580753032009-06-06T00:00:00.000+01:002009-06-06T14:39:13.803+01:00<div align="justify">De todas as palavras que deitou na carta, sentidas, comovidas, apaixonadas, nenhuma tinha a força igual da que no singular enviava em despedida singela quase a roçar o despercebido. E no entanto, podíam as folhas seguir na ausência de outro verbo que aquele beijo era o bastante para encher e insuflar o envelope de tudo quanto guardava no peito. Um beijo e assinou.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-52942549624640939892009-06-02T00:00:00.000+01:002009-06-03T00:08:39.861+01:00<div align="justify">Fica comigo para sempre, e nesta comoção aproximava o rosto do dele, as mãos presas num querer e num agarrar como se possível fosse segurar a vontade e o coração, fica comigo para sempre, sempre e quase lhe tocava a boca, dava para sentir o morno dos lábios, o hálito das palavras sofridas na antecipação das saudades da partida, fica, fica, diz que é para sempre e ele suado de tanto correr para o pedido dela respondeu-lhe um beijo.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-48573919995735567022009-05-29T00:00:00.002+01:002009-05-30T08:23:54.260+01:00<div align="justify">Um beijo técnico. Mas de convicção bastante para que quem os visse desejasse que não houvesse fim naquele encostar colado de bocas. Ou de queixo. Ninguém percebería se fosse executado como profissionais dedicados à arte. Depois, fora para isso que os primeiros havíam estudado e os segundos pago o bilhete. Não se esperava outra coisa. Um beijo técnico que não pareça outra coisa senão um beijo de amor, longo, húmido de lágrimas pois trata-se de um adeus. Ao aproximarem as bocas sentiram o morno dos hálitos, depois a moleza dos lábios, a seguir o contacto molhado das linguas. Corta! (Quem mandou sentir amor?)</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-87412714645911181982009-05-25T00:00:00.002+01:002009-05-25T15:44:58.479+01:00<div align="justify">Na admiração extrema que lhe dedicava sentía-se pouco ao dizer-lhe o quanto ela lhe era. Quería-lhe bem, um bem profundo e puro como uma protecção de amuleto que se oferece a quem se estima e se pede guarida aos anjos. Amava-a, mas não o amor de homem e mulher ou o outro fraternal e carinhoso, era um amor de fascinio, de pedestal, de homem para deusa, uma amor platónico e descrito nos romances à moda antiga. Quando dela se abeirou, baixou os olhos no respeito que lhe tinha e incapaz de outro gesto beijou-lhe a palma das mãos.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-54991039780617086942009-05-21T00:00:00.002+01:002009-05-21T19:00:30.101+01:00<div align="justify">Quando quería atingir um propósito oferecía um beijo, assim como uma coisa rara, mas a intenção era tão banal que da pureza do acto nada sobejava para além do som de metal. E com o passar do tempo, foram-lhe escasseando os motivos para beijar. Ora porque se lhe tornaram conhecidos os intuitos, ora porque a beleza do beijo oferecido parecía disfarçada, ora porque a generalidade com que demonstrava a vontade lhe retirava o brilho do especial. </div><div align="justify">Um dia, pobre, teve de pedir para a beijarem.</div><div align="justify">E nunca tanto aquele beijo a magoou como outra dor que houvera sentido.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-24980445647477837152009-05-17T00:00:00.003+01:002009-05-18T07:06:50.424+01:00<div align="justify">Preciso de manter a paixão, por qualquer coisa, por alguém, ou definho aos bocadinhos e dolorosamente lenta.<br />Por isso dei comigo a pensar em beijos. Não obrigatoriamente em beijos de boca mas o que o beijo quer traduzir no acto amoroso de se querer bem a outrém.</div><div align="justify">O beijo. O conceito. Os conceitos.</div><div align="justify">A poesia do beijo e os poemas ao beijo, o romantismo exarcebado nas palavras tantas que o beijo diz.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-15840909779680218942009-05-13T00:00:00.002+01:002009-05-16T00:23:57.039+01:00<div align="justify">Deu-lhe um beijo de raspão mal sentindo se a boca dela estava quente, se ainda dormía ou se se entreabría para respirar pelas horas de sono. Ele fez o que o hábito lhe mandava: Despediu-se e foi-se. </div><div align="justify">Mas mal bateu a porta ela abriu os olhos, correu até à casa vizinha e antes mesmo que se fechasse a outras indiscrições o que ali iría acontecer, ela dirigiu os lábios, húmidos, sedentos, sofregos. (O beijo). E traidores.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-1798286654378853802009-05-09T00:00:00.002+01:002009-05-09T06:36:28.812+01:00<div align="justify">Nem de ameixa, framboesa ou morango: Baton algum lhe dera o sabor especial e requintado que o beijo dele lhe pintara na boca. Deixara-lhe um traço brilhante, uma réstia de saliva comungada nas bocas silenciosas que se beberam pela eternidade. Os beijos têm cor, paladar e cheiro, depositam nos lábios alheios o que de si veio de dentro e sorvem no requinte indelével a marca do outro. Não, não havía maquilhagem melhor que o beijo dele, os beijos dele em profusão, longos e lentos, e depois os outros soletrados na afeição da pele da boca ou então o solitário, tão grandioso como um poema.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-52957343831383744002009-05-05T00:00:00.001+01:002009-05-06T14:48:48.901+01:00<div align="justify">Muito próximos um do outro, quase abraçados. Ela de cabeça ligeiramente vergada pelo peso da saudade que irá sentir, as lágrimas ainda no brilho, lagos no peito, voz mordida. Ele à sombra da aba do chapéu de caxemira fala-lhe no que tiveram, o que sempre hão-de ter. Por cem anos que passem nunca lhes hão-de roubar o beijo. Foi em Paris? Que interessa... Foi o beijo deles, a singular entrega que a boca passa à outra nos segredos profundos de quem se quer. Despedem-se. Os lábios só servem hoje para dizer adeus. As palavras beijam-se.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-17586429455098167362009-05-01T13:48:00.000+01:002009-05-04T15:55:00.202+01:00<div align="justify">Não, beijos não, como beijar se a vontade é bater, gritar, chamar o inferno aqui e agora, queimar tudo raso?!</div><div align="justify">Beijos para fingir que está tudo bem? Tudo esquecido?</div><div align="justify">Beijos para perdoar quando o peito está rachado ao meio e não consente?</div><div align="justify">Beijos são para amor, perdão, para vem até mim e toma o que te sou!</div><div align="justify">Hoje não sou beijo, nem um pouco, sou ferrão, sou sangue, sou amargura!</div><div align="justify">Não... Beijos não... Como podía? Se já te beijei ao amar-te e agora não te quero mais?</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-3767307902311432742009-04-27T07:48:00.001+01:002009-05-04T15:56:39.130+01:00<div align="justify">Atirou-se de olhos fechados. Só quería sentir a carne mole, húmida, escorregadia. A sua boca apetecía-lhe naquela boca, os lábios sorvidos, chupados, depois a ponta da lingua a achar a outra ponta da lingua até entrar toda e ficar a saber o sabor do céu da boca, dos dentes, dos segredos que se aninhavam. Lamber, lamber muito os lábios e prendê-los entre os seus até à dormência que entontece a cabeça.</div><div align="justify">Abriu os olhos, continuou no beijo quente, a admirar-lhe as pestanas caídas a cobrirem os olhos dela, a face escaldada do prazer.</div><div align="justify">Rodou a lingua dentro da boca dela, devagar, tacteando cada papila que se lhe colou, puxou mansamente o beiço inferior, beijou ao de leve aquela boca, aflorando, mal tocando, roçando...</div><div align="justify">E fechou os olhos para começar tudo de novo.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-73625736251322954742009-04-22T19:32:00.000+01:002009-05-02T18:44:01.758+01:00<div align="justify">Não lhe custou vê-la afastar-se nem a dar o corpo aos abraços de outras mãos que não as suas. Nem o riso forçado a mostrar alegria que mal sentía. </div><div align="justify">O que doeu foi o beijo.</div><div align="justify">Assim. Entregue de uma forma qualquer sem cuidade nem respeito. O beijo a mostrar tudo, todos os segredos. Os dele e os dela. Um beijo que quería parecer igual aos que já sentira e agora a boca secava-lhe. Talvez de raiva. Ou despeito. Ou mingua.</div><div align="justify">Que interessava? Ali estava ela a beijar como se não fosse importante. Esquecida das tantas vezes que tinham feito amor apenas no aflorar dos lábios.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3102230267939157531.post-27021641855246847822009-04-18T03:23:00.000+01:002009-05-04T15:57:48.544+01:00<div align="justify">É na boca que começa. Que te tomo primeiro que tudo e te faço em eu, no meu, no que sou e não conheço. É na tua boca que me liberto e me domas como um animal enjaulado à espera da sua ração babando a fome de carne. Da tua boca. É nela que se inicia o ritual das águas, as salivas e os sémens, os fluidos e as lágrimas, o prazer e a dor do prazer. Somos principiantes, aprendizes de beijos toda a vida e nos teus lábios vejo linhas em que decoro palavras, depois esqueço-as só para que mas ensines de novo. Na tua boca. Vou até ao céu na ponta da lingua e no polme e afogo-me entre sentires e comoções. Beija-me devagar, leva de mim mas aos poucos.</div>Arabescohttp://www.blogger.com/profile/11584740196757569110noreply@blogger.com0